As atividades do VII Encontro Fluminense do Patrimônio, que integra a 7ª edição da Semana Fluminense do Patrimônio (SFP), estão a todo vapor. A abertura do evento aconteceu nesta sexta-feira com exibição de dois filmes sobre Cabo Frio. Neste domingo (12) tem mais uma sessão da V Mostra de Filmes “Memória em Movimento”, às 19h, Casa Ateliê Carlos Scliar, no Boulevard Canal. Serão exibidos os documentários “Juventude Coletiva” e “Torquato Neto – Todas as Horas do Fim”. O evento é gratuito e aberto ao público.
O curta “Juventude Coletiva” tem direção de Beto Waite e foi produzido em 2016. A obra tem duração de 13 minutos e trata de um mapa audiovisual dos movimentos culturais e artísticos promovidos por jovens da zona norte e baixada fluminense do Rio de Janeiro. O filme discute o papel desempenhado por essas iniciativas em seus territórios, lugares em geral negligenciados, tanto pelo Estado, quanto pela iniciativa privada, como polos produtores de cultura.
O segundo filme da noite é o longa “Torquato Neto – Todas as Horas do Fim”. Dirigido por Eduardo Ades e Marcus Fernando, foi produzido este ano e tem duração de 87 minutos. A obra conta a história do poeta piauiense que atuava em múltiplas frentes – no cinema, na música, no jornalismo – e participou ativamente da revolução que mudou os rumos da cultura brasileira nos anos 60 e 70. Foi um dos letristas mais ativos da Tropicália, parceiro de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jards Macalé. Engajou-se na arte marginal com Waly Salomão, Ivan Cardoso e Hélio Oiticica. Suicidou-se no dia de seu aniversário de 28 anos.
O último dia de evento, no domingo (12), começa um pouco mais cedo, às 17h. Será exibido o filme “Tião”, uma obra de ficção produzida em 2016, dirigida por Clementino Junior e com duração de 14 minutos. A produção conta a história de São Sebastião, que retorna à cidade que leva seu nome, e enquanto transita percebe que o Rio de Janeiro já não é mais a cidade maravilhosa.
Além dessa obra de ficção, no domingo também será exibido o filme “O Som dos Sinos”, com direção de Marcia Mansur e Marina Thomé. Foi produzido em 2016 e tem 70 minutos de duração. A obra fala sobre os toques dos sinos que anunciam e marcam o ritmo de vida dos moradores das cidades históricas de Minas Gerais. Todas as sessões são gratuitas, e logo após a exibição dos filmes acontecem os debates que buscam estimular uma reflexão sobre o espaço urbano como experiência estética e identitária, e as implicações dessa experiência sobre a memória e o patrimônio. A Casa Scliar fica localizado na Rua Marechal Floriano, 253, Bairro São Bento.
Lucas Muller e Ricardo do Carmo abrem a programação
A V Mostra de Filmes “Memoria em Movimento” começou na noite de sexta-feira (10) com dois documentários sobre Cabo Frio: “Depois, o Inverno”, com direção de Lucas Muller, e “A Noite de Todos os Tempos”, dirigido por Ricardo do Carmo, reuniram cerca de 30 pessoas, segundo a Secretaria de Turismo.
“Depois, o Inverno” conta a história do diretor Gerson Tavares, primeiro cineasta brasileiro a filmar em Cabo Frio, em 1957. Em terras cabo-frienses ele gravou “Antes, o Verão”, com Norma Bengel e Jardel Filho. Ele também é autor das obras “Amor e Desamor” e “Os Cafajestes”. O outro fala das transformações de Cabo Frio, uma das cidades mais antigas do Brasil, resgatando a contribuição dos povos formadores da cultura local: os saberes indígenas, as tradições portuguesas e a arte africana. O longa que levou três anos entre pesquisa e produção.
7ª Semana Fluminense do Patrimônio
A 7ª edição da Semana Fluminense do Patrimônio (SFP) começou na terça-feira (7) e segue até 19 de novembro, com o objetivo de divulgar e promover o patrimônio cultural e natural brasileiro. O evento é anual e organizado por várias instituições científicas e culturais do Estado do Rio. As atividades acontecem em vários pontos do Rio de Janeiro, e Cabo Frio está integrada pela primeira vez dentro da programação.
Durante as atividades acontecem mesa redonda, palestras, exposições e mostra de filmes na Casa Scliar, além de variada programação na Casa de Cultura José de Dome (Charitas) e no Museu Tradicional de Arte Religiosa (Mart).
